Fico feliz pela coincidência
da chegada em breve às livrarias de “A arte de ser ousada, uma homenagem a Carmen
da Silva (1919-1985)”, pela Vieira & Lent Casa Editorial –, com o momento em que se evidencia a abordagem de temas da agenda feminista. Parabéns ao
MEC pela inclusão do tema da violência contra a mulher na redação do ENEM. O
que é de se aplaudir, que se aplauda, sem sectarismos.
Muitas das jovens hoje engajadas no movimento sequer ouviram falar da escritora Carmen da Silva, com quem tive o prazer de conviver nos últimos anos de sua participação nas lutas dos anos 1970/80. O pensamento de Carmen moveu-me a escrever, não só sobre ela, como também sobre o movimento que fizemos naqueles anos. É importante ligar o presente a um tempo que começa até bem antes dos citados anos, como tentei registrar em meu texto, uma espécie de documentário de nossa trajetória na luta contra a discriminação em razão de sexo. É importante iluminar o lema deixado por Carmen:
“chega de ser barco à deriva, seja a
protagonista de sua vida”.
A isto me dediquei a fazer, esperando que venha alcançar o objetivo.
Tivemos um outubro mais
que rosa. Digamos, um outubro de um rosa matizado de tons mais fortes
disponíveis em nossa paleta de artistas da ousadia na luta por nossos direitos. O
ano vai terminando com notória mobilização de mulheres contra as crueldades do
machismo. Há em curso uma perigosa investida conservadora, obstinada em
revogar importantes conquistas referentes
às igualdades de cidadania, inclusive nas relações de família, aos direitos
reprodutivos e as medidas de saúde pública, tais como como a garantia de atendimento
na rede pública às mulheres nas condições do aborto não vedado no Código Penal
de 1940. Os inimigos são, sim, perigosos porque têm representação nas casas
legislativas, notadamente, no Congresso Nacional.
Nossas reivindicações foram, em parte, acolhidas na Constituinte (1986-1988). Hoje, as forças conservadoras
querem esvaziar a Constituição de 1988, apresentando projetos como o PL nº
6.583/2103, que dispõe sobre o “Estatuto da Família”, definindo-a como “núcleo social formado entre um homem e uma
mulher”, quando a Constituição, ao tratar da família, deixa aberto o
leque democrático de sua composição, em nome das verdades da vida, das francas relações
entre as pessoas, admitidas estas em suas diversidades, inclusive a de orientação
sexual.
O mesmo laço rosa da
campanha pela conscientização sobre o câncer de mama deve nos unir em defesa de
nossos direitos. Evitamos a morte pelo câncer de mama, quando nos submetemos
regularmente à mamografia e à ultrassonografia, exames que o detectam precocemente.
Já se sabe que o câncer descoberto e tratado bem de início pode equivaler à
cura. Todas nós conhecemos mulheres efetivamente curadas. Ora, também podemos e devemos evitar
a morte como cidadãs, quando nos
tornamos conscientes dos absurdos da cultura machista e nos movimentamos para desconstruí-la,
em favor de outras formas de convivência social, amorosa, familiar e profissional, em
que sejamos respeitadas em nossa integridade, em nossas especificidades femininas. Parabéns às organizadoras dos atos públicos de outubro: devemos, sim, ocupar as ruas e as redes sociais em protestos
contra a guinada conservadora que aí está. Não podemos ser coniventes com as barbaridades propostas por agentes políticos desmoralizados como homens públicos! A mesma garra que nos leva a lutar
contra uma doença grave, deve nos mobilizar para agir contra o fundamentalismo
religioso que nos despreza como seres humanos, ao querer violar o princípio constitucional
do Estado laico e ditar normas (leis) para todos, segundo seus respectivos
dogmas; contra o machismo: um tipo de câncer social que cresce silencioso e causa sofrimentos
psicológicos, morais, físicos e, não raro a morte pelo assassinato de mulheres - atos quase sempre passíveis de enquadramento na agravante legal do femicídio ou feminicídio (quando o crime é praticado em razão de ser a vítima mulher, uma espécie de exacerbação da conduta machista). Sugiro que se dê uma
olhada na situação do Rio de Janeiro retratada nas estatísticas produzidas pelo
Instituto de Segurança Pública-ISP, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, quanto
aos casos noticiados, para que se tenha uma ideia da gravidade do problema.
Novembro nos chega “azul”
com a campanha pela conscientização dos homens sobre o câncer de próstata que os
mata, notadamente, por conta do preconceito de se negarem a fazer o exame
clínico em que o médico, pelo toque anal, pode identificar sintomas da doença. Bom seria
que se aproveitasse essa campanha para esclarecer os homens sobre os efeitos
trágicos do machismo, uma espécie de patologia social de fácil diagnóstico, mas
de difícil tratamento, ainda sem cura prevista, responsável pela morte das
relações amorosas, pela probabilidade de conversão do portador em criminoso, doença
esta que se manifesta por comportamento eivado de perversidade, pela misoginia,
pela homofobia, condenando o portador, não raro, à perda dos vínculos afetivos, sobretudo pela rejeição por parte dos filhos e dos familiares, conduzindo-o à
solidão do cárcere.
Temos um caminho
percorrido na luta para eliminar o machismo nas relações familiares e sociais. E
há uma continuidade nessa ação a ser reconhecida e valorizada por todos e todas que sonham com uma sociedade humanista. Enriquece-se o
conhecimento sobre os temas de gênero, aprimoram-se as linguagens, as redes de comunicação. Tudo isso deve ser aproveitado para destacar o fio condutor que nos une às primeiras e legendárias feministas, como a
escritora inglesa do século XVIII, Mary Wollstonecraft, defensora do direito
das mulheres à educação formal. Na história mundial e nacional, não faltam
exemplos de mulheres que combinaram sua lucidez com a ousadia de denunciar as feridas causadas pelo machismo. Carmen da Silva foi uma delas. Sigamos as pistas que nos deixaram, #sejamosousadas.
para mim esses cor de bostas não passa de lixo igual o olavo de carvalho sempre fala as minorias adoram mamar na teta do estado eu como masculinista defensor da real e seguidor do pobretão lifestyle sou totalmente contra esse tipo de imundice politicamente correto falo mesmo tenho vontade de espancar um cor de bosta quando vejo na rua a minha vontade é de espancar e mandar de volta para o lugar deles já não basta ficarem prejudicando seriamente o nosso país com o funk lixo de vocês axé além não trabalham só vivem de bolsa família e do crime e sem falar que se reproduzem como ratos bando de macacos.
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